domingo, 28 de junho de 2009

Serra de Sintra Passeios Pedestres, Conclusão

Serra de Sintra Passeios Pedestres
Conclusão


Concluímos aqui a "edição informática" desta publicação que demos à luz em papel fotocopiado nos anos 80.

A 1.ª edição foi feita em Dezembro de 1987, com 1.000 exemplares, sendo a 2.ª de Abril de 1988, de 2.000 exemplares; a edição foi patrocinada pela extinta Abril-Associação Regional para a Democracia e o Desenvolvimento.

A história desta publicação remonta ao início dos anos 70, quando procuramos junto de serviços da Câmara de Sintra a colaboração necessária à concretização do projecto. Tratava-se da primeira publicação desta natureza no concelho (e a segunda do país, só conhecíamos uma outra na Madeira, da autoria de ingleses), e o apoio era mesmo fundamental - a resposta foi um sorriso muito, muito lacónico (para não dizer de gozo).

Mas essa história será contada mais tarde. Para já queremos apenas agradecer a todos os que colaboraram nesta publicação:

  • Henrique Nunes (capa e ilustrações)

  • Maria da Graça Carvalho (apoio gráfico)

  • Maria João Neves (ilustrações)

A concepção, textos e mapas foram da nossa autoria.

Um agradecimento ainda à Joana Carvalho Reis pela versão "site", da qual retiramos esta "edição informática".




Nota: entre Janeiro e Maio deste ano esta publicação foi editada num blogue exactamente com a designação "Serra de Sintra, Passeios Pedestres" - http://serrasintrapasseiospedestres.blogspot.com -, que extinguimos agora.


Carlos Galrão
Vítor Reis

Serra de Sintra Passeios Pedestres, Locais a Visitar

Serra de Sintra Passeios Pedestres
Locais a Visitar


Feira de São Pedro
A mais tradicional feira franca do concelho, foi instituída por D. Maria I em 1781. Realiza-se nos 2º e 4º domingos do mês.


Igreja de Santa Maria

Monumento Nacional. Fundada por D. Afonso Henriques e totalmente alterado em fins do século XII; o pórtico principal foi acrescentado no século XVI. Coro (século XVI); pias baptismal e de água benta manuelinas; escultura da Imaculada Conceição em madeira policromada (século XVII).


Castelo dos Mouros
Monumento Nacional. Construído no século VIII ou IX pelos mouros. Ocupado por D. Afonso Henriques em 1147, foi restaurado em épocas posteriores, nomeadamente por D. Fernando I; a feição actual advém-lhe das obras feitas por D. Fernando II (século XIX). Ruínas da capela de S. Pedro (provavelmente pré-românica - século VII); cisterna; "Torre Real" a 454 m de altitude; esplêndido panorama. Horário: 9-18h.



Palácio da Pena
Monumento Nacional. Há notícia da existência de uma pequena ermida consagrada à Sra. da Pena ou da Penha. D. Manuel I fez construir a seu lado, no princípio do século XVI, um mosteiro para os frades jenónimos. Este convento ficou semi-ardido devido ao terramoto de 1755,tendo sido abandonado pelos frades em 1834. A partir de 1840 e até 1849 D. Fernando II mandou edificar o actual edifício em torno do mosteiro existente. A obra foi delineada pelo alemão barão de Eschewege, revelando uma concepção romântica. Capela ogival, com famoso retábulo renascença atribuído a Nicolau Chanterenne, feito em alabastro e mármore negro, com cenas da vida de N. Sra. e da Paixão de Cristo. Claustro do antigo convento. Situado a 500 m. de altitude, tem excelente panorama.
O parque da Pena foi plantado entre 1846 e 1850. Horário: 10-18h, encerra à 2º feira.




Seteais
Imóvel de Interesse Público. Palácio construído nos finais do século XVIII pelo negociante holandês Gildmeester, foi adquirido pelo 5º Marquês de Marialva que o reconstruiu e ampliou em meados do século XIX. O Palácio é hoje hotel de luxo.
Arco triunfal, jardim, miradouro, "Penedo da Saudade".


Quinta da Penha Verde
Monumento Nacional. Construído no século XVI pelo 4º Vice-Rei da Índia, D. João de Castro, em propriedade doada pelo Rei D. Manuel I. Várias capelas votivas, destacando-se a de N. Sra. do Monte (1542), de planta circular, renascença puro, e a única construída pelo próprio D. João de Castro.
Árvores trazidas do Oriente, troféus da Índia, fontes, gruta, miradouros, estátuas, ermidas. Estação arqueológica epipaleolítica.


Convento da Penha Longa, Linhó
Monumento Nacional. Construído em 1355 para os frades jerónimos, foi o primeiro desta Ordem em Portugal. O edifício actual, ao estilo da Renascença, data de meados do século XVI e poucos vestígios apresenta das épocas anteriores. O convento está integrado numa quinta, onde se podem ver a igreja, claustro pavilhão, casas manuelinas, capelinha no jardim e mata com lagos, fontes, gruta e o "Penedo dos Ovos".


Monserrate
Imóvel de Interesse Público. Palacete do Século XVIII restaurado e ampliado no século XIX sob a direcção de Francis Cook, que lhe deu feição orientalista. Notável jardim botânico; vale dos fetos, cascata, cedros de Goa, lagos com bambús, grutas, estátuas, túmulos etruscos. Horário: 9-18h.



Capela de N. Sra. da Piedade, Eguaria
Templo quinhentista, restaurado em 1721. Belíssima colecção de azulejos do século XVIII representando a "Última Ceia" e outros passos da vida de Cristo, e, ainda, cenas campesinas.


Convento dos Capuchos, de Santa Cruz ou da Cortiça
Imóvel de Interesse Público. Fundado em 1560, no reinado de D.Sebastião, por D.Álvaro de Castro, por disposição testamentária de seu pai, o vice-rei D.João de Castro. Muito pobre, é construído na rocha e revestido a cortiça. Até à extinção das ordens religiosas (1834) habitado por frades franciscanos. Constitui, pelas suas dimensões miniaturais, um conjunto de humildade impressionante. AS portas são buracos onde se entra de gatas, o tecto é revestido a cortiça, os degraus escavados na pedra. Tudo cortiça e rocha. Capelas do Senhor dos Passos, com azulejos do Século XVII, de Santo António e do Senhor Crucificado; restos de frescos; gruta de frei Honório (fundada em 1596); lago; refeitório; prisão. Horário: 9- 18h.


Monge
Monumento Nacional. Monumento funerário neo-eneolítico datado de cerca de 2.500 a.C.


Convento do Carmo ou de Santana
Situado na Quinta do Carmo, foi fundado no 2º quartel do século XV por um sobrinho do Condestável D. Nuno Álvares Pereira. Da construção original restam apenas vestígios. A capela foi reformada no século XVII;tem um retábulo do século XVIII. Igreja sagrada em 1528 com altar-mor guarnecido de bons mármores. Dois pequenos claustros de princípios do século XVII. Na quinta, fontes, pontos de vista e um tanque monumental "rocaille" do século XVIII. Alexandre Herculano escreveu aqui o seu poema "A Cruz Mutilada".

Colares
Primeiro foral em 1255, renovado em 1516. O concelho foi extinto em 1855.
Igreja Matriz (século XVI, restaurada em 1768) com bons azulejos. Frente à igreja gracioso largo com coreto e chafariz. Portal à entrada da vila datada de 1555. Pelourinho manuelino de 1516? (Monumento Nacional). Misericórdia construída em 1623 salientando-se a capela (Imóvel de Interesse Público). Quintas do Vinagre (século XVI), Mazziotti (século XVIII) e outras. Perto, a ermida de Melides, integrada numa quinta antiquíssima mas em ruínas; aí se realiza uma romaria anual no mês de Setembro.


Penedo
Aldeia pitoresca. Festividades de cunho pagão.
Igreja de Santo António ou de Nossa Senhora das Mercês (Imóvel de Interesse Público): revestida a azulejos tipo tapete, século XVII, alusivos à lenda do padroeiro. Inscrição com data de 1647.


Peninha
Imóvel de Interesse Público. Em 1579 existia uma pequena ermida à Srª da Penha ou da Peninha, venerada pelos habitantes das redondezas. Por essa altura terão construído uma ermida melhor. Esta segunda capela ruiu em 1673 devido a um terramoto. A actual Capela foi construída nos fins do século XVII por um canteiro, Pedro da Conceição. Tem azulejos datados de 1711 sobre a vida de Nossa Senhora, e capela-mor e altar com embutidos de variados mármores. Ruínas da capela de S. Saturino, provavelmente fundada por alferes de D. Afonso Henriques, Pêro Pais. Tinha um frontal em azulejos datados de 1683. É hoje estábulo. Horário: 9-18h



Praia das Maçãs
Estância turística. Piscinas e hotéis.
Monumento funerário eneolítico do Outeiro das Mós (Monumento Nacional). Perto, a pitoresca aldeia das Azenhas do Mar.



Praia da Adraga
Curtas marinhas; Fojo da Adraga (poço natural com cerca de 75 metros de altura); pedra de Alvidar (gigantesco paredão ligado a antiquíssimas tradições).


Gruta de Alvidrar


A - Salão de entrada. B - Galeria superior [obstruída]. D - Saída superior. E - Entrada. F - Saída dos pombos.
G - Galeria dos pombos. H - Saída do pescador. I - Saída do mar. J - Salões de recreio. K - Furnas.
L - Praia subterrânea. M - Entrada tropical. N - Saída submarina. P - Cascata.


Capela de N. Sra da Conceição, Ulgueira
Capela quinhentista. Merece referência a fachada com um portal maneirista datado de 1566. No interior destacam se painéis de azulejos setecentistas e a pia de água benta, provavelmente de finais do século XVI.


Cabo da Roca
O ponto mais ocidental do continente europeu. Farol construído em 1722.
Ocorre aqui um endemismo notável: a "Armeria pseudarmeria", subarbusto compacto de flores geralmente brancas, espécie em perigo pela reduzida área que ocupa, pela presença humana e pela expansão do chorão, planta de origem sul-africana.


Forte do Espinhaço
Ruínas de fortaleza setecentista.

Serra de Sintra Passeios Pedestres, 10

Serra de Sintra Passeios Pedestres
10. Praia da Adraga - Cabo da Roca

Duração: 2h. Extensão: 4km. Vegetação: arbustos.
Autocarros: Sintra-Cascais; Cascais-Cabo da Roca; Sintra-Almoçageme; Sintra-Praia da Adraga



Descrição do Passeio

Na Praia da Adraga penetre na fenda junto ao característico arco rochoso na falésia sul, e visite a gruta; na maré baixa poderá passar para a Praia do Cavalo e subir aí arriba. Se tal não for possível então suba pela Praia da Adraga; espreite com cuidado o Fojo e veja ao fundo da Pedra de Alvidrar os corvos marinhos fazenda pesca submarina. Se tiver equipamento pode visitar a gruta que se desenvolve sob a Pedra; o ciclo evolutivo da cavidade está perto do fim, pelo qual qualquer destruição é irreversível; aqui, mais do que nunca, seja um defensor da Natureza (em Junho, nada de incomodar os morcegos acabados de nascer). Uma das galerias vai subindo mas está obstruída já perto da superfície. Que tal supor que desembocaria sob o perdido templo dedicado ao Sol e à Lua, erigido algures onde a Serra se perde no mar? A verdade é que quem alguma vez acampou entre o Fojo e a Pedra sabe que este é um lugar mágico.

Siga para sul por sobre as arribas, gozando o panorama. A descida à Praia da Ursa valerá a pena. Dois gigantescos rochedos ( a Ursa Gigante e a Pedra da Noiva) destacam-se no meio de muitos outros.

O passeio termina no Cabo da Roca extremo Ocidental do continente Europeu. Se chegou antes das 20.35 horas (aos Sábados e Domingos 19.30 horas) poderá apanhar aqui o autocarro para Cascais; senão, resta-lhe jantar na Azóia e apanhar um táxi ou uma boleia.


Serra de Sintra Passeios Pedestres, 9

Serra de Sintra Passeios Pedestres
9. Praia das Maçãs - Praia da Adraga



Duração: 1h30m. Extensão: 3,5km. Vegetação: arbustos.
Autocarros: Sintra-Cascais; Sintra-Fontanelas; Sintra-Almoçageme; Sintra-Praia Adraga

Descrição do Passeio

Na Praia das Maçãs visite o tholos do Outeiro das Mós (2000 a.C.), sobranceiro à povoação.

Inicie o passeio atravessando a ribeira de Colares, junto à foz, pela praia, e suba as arribas passando por cima da Praia Pequena. Desça depois à Praia Grande e observe no topo sul os estratos calcários que a intrusão do batólito granítico (afinal de contas, a Serra) levantou à vertical, deslocando-os e partindo-os (ver as folhas geológicas assinaladas no desenho anexo).

Suba as escadinhas que levam ao Calhau do Corvo. Enquanto sobe repare nos "amolgões" no paredão à sua direita. Não tenha medo da sua imaginação: é que são mesmo pegadas de dinossauros! Esta jazida, descoberta somente em 1981, é constituída por 66 pegadas de animais bípedes (11 rastos diferenciados) e tetrápades.

Siga sempre sobre as arribas marinhas observando as características paliçadas de canas protegendo a vinha do vento. Há um projecto de construção de um grande complexo turístico a apenas algumas centenas de metros da costa, nesta zona; dê noticias para alguns jornais regionais se vir algum sinal de desrespeito pelo "habitat".

Desça até à Praia da Adraga mas poderá continuar até ao Cabo da Roca [passeio Praia da Adraga - Cabo da Roca].


Serra de Sintra Passeios Pedestres, 8

Serra de Sintra Passeios Pedestres
8. Capuchos - Peninha - Azóia




Duração: 3h30m. Extensão: 6,6km. Vegetação: arbórea. Autocarros: Sintra-Cascais; Cascais-Cabo da Roca




Descrição do Passeio

A partir do cruzamento dos Capuchos siga por um caminho na direcção poente. Uns 700 metros adiante, do lado nascente do caminho, uma placa do lado do rochedo perpetua a memória dos que morreram a combater o grande incêndio de 1966. Alguns parcos cedros resistiram aí a esse vendaval de destruição, mas, poucos antes do Monge, do lado direito do caminho, existe uma magnífica mata que ao entardecer se enche de reflexos alaranjados. Em livro um pouco fantasioso sobre Sintra, do séc. XVIII, é ainda feita referência a uma mata de aveleiras que nunca descobrimos nesta zona.

Um pouco mais abaixo do sinal geodésico do Monge existe um grande "tholos" datado de 2500 a.C., em blocos de granito, constituído por uma grande câmara circular de 4,5 metros de diâmetro e 3,5 metros de altura e um vestíbulo de 6,5 metros de comprimento que está orientado para o cabo Espichel. Hoje, 4500 anos depois também a N. Srª do Cabo (Espichel) é venerada em Sintra.

Continue pelo caminho que vinha seguindo desde os Capuchos até chegar à estrada, e siga depois para poente até à Peninha. Goze o panorama, tire uma fotografias à Capela de S. Saturino que está transformada em curral, para posterior artigo a escrever para um jornal regional. Pense ainda na utilidade que se poderia dar às diversas casa abandonadas.

Continue pela estrada asfaltada, agora a descer, e vire à esquerda pelo Caminho da Erviedeira; o caminho vai estreitando e transforma se em vereda, mas a vegetação é aqui bravia e digna de nela nos embrenharmos. Seguindo o trajecto indicado no mapa irá ter ao cruzamento para o Cabo da Roca.

sábado, 27 de junho de 2009

Serra de Sintra Passeios Pedestres, 7

Serra de Sintra Passeios Pedestres
7. Capuchos - Penedo


Duração: 1h15m. Extensão: 2,3km. Vegetação: arbórea. Autocarros: Sintra-Cascais; Sintra-Fontanelas. Sintra-Almoçageme; Sintra-Praia Adraga




Descrição do Passeio

Os Capuchos são o coração da Serra. É lá que está um dos parques de campismo da Federação Portuguesa de Campismo, com uma casa-abrigo, a partir do qual poderá visitar toda a Serra em vários passeios diários. Perto do Convento dos Capuchos um excelente miradouro sobre a região saloia - o Alto das Três Cruzes.

Saia dos Capuchos descendo por um caminho no largo frente ao Convento. Passará um pouco acima da Fonte das Damas, que já teve aproveitamento comercial. Há vários caminhos alternativos até ao Penedo, pelo que convirá ter uma certa atenção nos cruzamentos que for encontrando. Se estiver a chover provavelmente encontrará muitas salamandras, e, no fim do Inverno, poderá provar os morangos silvestres que ladeiam o caminho; no Outono, são os medronheiros que se carregam dos seus esplêndidos frutos.

Já perto do Penedo poderá seguir pela direita até à Quinta do Carmo e continuar para a Eguaria, próximo da qual se situa a Capela de N. S. da Piedade.

A entrada no Penedo faz-se junto ao "Casal do Chafariz", com o respectivo chafariz na estrada asfaltada. Há vestígios de uma via que se atravessa o Penedo rumo à "villa" romana de Santo André-Almoçageme (séculos 2 a 5 d.C.).

No Penedo não há autocarros, mas pode dirigir-se às povoações vizinhas de Colares ou Almoçageme onde passam autocarros quer para Sintra quer para Cascais.

Serra de Sintra Passeios Pedestres, 6

Serra de Sintra Passeios Pedestres
6. Capuchos - Monserrate




Duração: 1h. Extensão: 1,9km. Vegetação: arbustos. Autocarros: Sintra-Monserrate




Descrição do Passeio

Depois de visitar os Convento dos Capuchos e de espreitar a zona saloia (Ericeira, Convento de Mafra, etc) do Alto das Três Cruzes, siga na direcção nascente por um caminho que contorna o Parque de Campismo e passa junto a um depósito de água.

A zona ficou devastada pelo grande incêndio de 1966 e há vários caminhos que se cruzam, no entanto as indicações no mapa bastarão para atingir os lagos sobre o Parque de Monserrate. Insista com os serviços competentes para que ao bonito Palácio de Monserrate seja finalmente dada uma utilidade pública.

Após visitar o parque, e merece uma visita calma, pode seguir para a Pena pelo passeio Sintra - Pena - Monserrate ou voltar a Sintra, seja de autocarro (só no Verão) ou a pé pela estrada (3km). Neste último caso visite ainda a Penha Verde e Seteais.

Uma variante no passeio será escalar o Monte Rodelo, do cimo do qual se tem um belo ponto de vista.


Serra de Sintra Passeios Pedestres, 5

Serra de Sintra Passeios Pedestres
5. Capuchos - Rio da Mula


Duração: 1h. Extensão: 2,7km. Vegetação: mista


Descrição do Passeio
A partir do cruzamento dos Capuchos, siga pela estrada asfaltada que conduz à Peninha e Malveira da Serra, logo adiante entre à esquerda por um caminho que vai seguindo ao longo do muro da Quinta do Saldanha. O caminho vai descendo cada vez mais suavemente, permitindo belos pontos de vista sobre o vale e a barragem. Embora seja uma zona muito castigada pelos incêndios, à medida que nos aproximamos do final do passeio entra-se num magnífico pinhal.

A barragem serva para a captação de água destinada ao abastecimento da zona de Cascais e tem uma pequena estação de tratamento junto a ela. É um local aprazível para um piquenique, com um relvado e fonte. No entanto, não há autocarros por perto; só em Linhó (4km) ou Malveira da Serra (5km).

Se quiser voltar aos Capuchos, pode contornar a barragem e tomar o caminho que vai subindo junto à margem esquerda do Ribeiro da Mula.

Serra de Sintra Passeios Pedestres, 4

Serra de Sintra Passeios Pedestres
4. Pena - Capuchos


Duração: 1h30m. Extensão: 3,7km. Vegetação: mista




Descrição do Passeio

Frente ao portão do Parque da Pena abre-se um caminho que desce suavemente para Sul. Cerca de 900 metros à frente, acesso à esquerda, ao passeio Pena - Lagoa Azul - Penha Longa.

O caminho segue depois na direcção do poente sem grandes declives, contornando a crista da Serra pelo lado de Cascais, proporcionando belos panoramas desde a praia do Guincho, toda a embocadura do Tejo, Costa da Caparica, até ao Cabo Espichel.
É nesta encosta que nos últimos anos têm deflagrado alguns incêndios de maiores proporções, pelo que actualmente, a vegetação é predominantemente rasteira.

Atingida a Quinta do Saldanha siga pela estrada asfaltada cerca de 500 metros, entrando depois na Tapada do parque de campismo dos Capuchos.

Poderá utilizar este parque de campismo para aumentar os seus conhecimentos da Serra de Sintra, usando-o como base de partida para vários passeios diários. Depois da obrigatória visita ao Convento dos Capuchos poderá deliciar-se com o excelente panorama que se vislumbra do vizinho miradouro do Alto da Três cruzes: na costa, a Praia das Maçãs, depois a Ericeira, mais à direita o Convento de Mafra, com toda a região saloia estendendo-se sob a vista; sob a Serra algumas quintas da zona de Colares e todo o vale da Ribeira do mesmo nome, nascendo do lado do Castelo dos Mouros e Palácio da Pena. Ao anoitecer, se tiver sorte, poderá observar o nevoeiro saindo do mar e subindo a Serra, enquanto uma coruja pia dos lados do monge!

Serra de Sintra Passeios Pedestres, 3

Serra de Sintra Passeios Pedestres

3. Pena - Lagoa Azul - Penha Longa


Duração: 1h15m. Extensão: 2,1km. Vegetação: mista. Autocarro: Sintra-Estoril





Descrição do Passeio

Em frente ao portão do Parque da Pena abre-se um caminho que vai descendo para Sul. A vegetação é pouco interessante, pois o desejo de isolar a zona da Lagoa Azul/Penha Longa (para a qual o turismo e luxo tem grandes planos) do resto da Serra tem estado na origem, certamente, da maioria dos últimos incêndios que a assolaram.

Uns 500 metros decorridos, passe o desvio que o levaria até aos Capuchos pelo passeio Pena - Capuchos , e continue a descer para Sul. Antes da Pedra Branca, se quiser encurtar o passeio, terá de fazer um pouco de "corta-mato"; para apanhar um outro caminho que, vale abaixo o levará directamente à Lagoa Azul. (A alternativa, mais suave e bonita, mas mais longa, é passar a poente da Pedra Branca e seguir até à estrada asfaltada, por onde poderá igualmente seguir até à Lagoa Azul; Em Setembro os medronheiros recompensá-lo-ão pela volta).

A Quinta da Penha Longa, a Sul da estrada asfaltada, possui o famoso convento, monumento nacional. Não deixe de o visitar, o passeio é agradável. Já agora, mantenha-se atento para o futuro; há quem esteja à espera de uma pequena distracção nossa para transformar o convento em aparthotel e, na quinta, construir 8 hotéis, 1000 apartamentos, 400 "bungalows"; e 200 moradias. Que ninguém adormeça!


domingo, 14 de junho de 2009

Serra de Sintra Passeios Pedestres, 2

Serra de Sintra Passeios Pedestres
2. Parque da Pena



Duração: 4h. Extensão: 8km. Vegetação: arbórea . Autocarros: Sintra-Monserrate; Sintra-Pena



Descrição do Passeio

O Parque da Pena é a zona mais interessante da Serra de Sintra pela variedade de espécies botânicas que aí forma introduzidas e panoramas que permite, dominado sempre por essa pérola do romantismo que é o Palácio da Pena. Os pontos principais a visitar estão indicados no mapa mas é recomendável fazer-se acompanhar seja do "Guia de Portugal" da Biblioteca Nacional de Lisboa (1924), seja, mesmo, o estudo dendrológico - florestal "Monografia do Parque da Pena" de Mário de Azevedo Gomes (1960). No entanto atrevemo-nos a deixar aqui uma proposta.

O acesso ao Parque pode-se fazer quer pela Entrada dos Lagos (2), quer pela Entrada Principal (2) no cimo da estrada de São Pedro. Em seguida à visita ao Palácio, vá até Santa Eufémia (3), ponto de vista notável com a capela e festejos do primeiro de Maio; daí, passando pelo Gigante (4), suba até à Cruz Alta (7), ponto máximo da Serra. Encha bem os olhos, respire do Cabo Espichel à Ericeira, lembre-se que há 90 milhões de anos atrás não havia serra mas antes um cálido mar de baixios que de Lisboa se estendia até aos restos de uma massa continental agora desaparecida sob o mar, e de que as Berlengas, mesmo por de trás do horizonte norte, são um resto. Recorde o que terá sido a ascensão desta massa granítica, quebrando e soerguendo as rochas sedimentares do fundo desse mar desaparecido. Mais tarde poderá visitar os mármores de Pero Pinheiro, observar os estratos verticais na Praia Grande, constatar sobre um mapa que os acidentes geológicos de Sintra, Sines e Monchique estão alinhados, e deixar que a curiosidade científica se apodere de si.

Depois disto descubra um pequeno carreiro que desce da Cruz Alta entre o arvoredo por vezes, sob os penedos que o levará até ao Lago da Preta (15) e Lago de Cascais (16). Não incomode os tritões que, quais lagartos aquáticos, o observam, não saia dos trilhos e caminhos, respeite o santuário natural que atravessa. Dirija-se ao Alto do Chá (22), passe sobre a estrada Pena - Capuchos, observe a lenta ruína em que se está transformando o chalé da Quinta do Mouco, pense escrever um artigo para um jornal regional propondo o seu aproveitamento (um albergue, uma casa de abrigo?). Volte a passar sob o Arco do Mouco, e visite o resto do Parque em direcção aos Lagos (10).

Ah! E que belos passeios nocturnos o Parque proporciona em noites de Lua Cheia...