Consequências eleitorais da crise:
O que mudou eleitoralmente
em Sintra, entre 2009 e 2013, no que se refere à votação nas eleições
autárquicas?
A crise que assolou o país
pouco mudou a vontade eleitoral em Sintra:
- os partidos do arco governamental (PS + PSD + CDS + PPM)
perdem 10% (passam de 75% para 65% do eleitorado), mas essa perda é sobretudo
para os votos brancos e nulos:
+ 2% para o PAN;
+ 2% para a direita (PND + PNR);
+ 6% para brancos e nulos;
- não é clara a transferência de votos entre PS e PSD/CDS,
devido às candidaturas independentes que se apresentaram;
- a votação do BE diminuiu em cerca de 2%, por
transferência de votos para o MRPP, que em 2009 apenas se candidatara à Câmara
Municipal.
Ou seja, o descontentamento que
poderia afetar a votação nos partidos do arco governamental pouco se manifestou
em Sintra, e foi para votos brancos e nulos (6%) e de partidos (+2% para o PAN,
+2% para o conjunto PND e PNR) aos quais a fixação do voto não será fácil.
Poder-se-á dizer que a
fortíssima candidatura independente de Marco Almeida terá baralhado estas
contas, mas a análise da votação concelhia em Lisboa mostra a mesma tendência:
- o arco governamental (PS + PSD + CDS) perde 11% (passa de
78% para 67%), perdendo votos de forma equilibrada para todos os quadrantes:
+ 2% para a CDU
+ 2% para o PAN
+ 3% para a direita (PPM+ PPV + PND + PNR)
+ 4% para brancos e nulos
- dentro desse arco governamental, PSD/CDS perde 5% de
votos para o PS, resultando para os diversos partidos os seguintes resultados
líquidos:
+ 2% para a CDU (passando de 10% para 12%)
+ 3% para PS (passando de 39% para 42%)
+ 2% para o PAN
- 14% para PSD/CDS (passando de 39% para 25%)
+ 3% para a direita (PPM+ PPV + PND + PNR)
+ 4% para brancos e nulos
- aqui o BE não terá diminuído a sua percentagem em favor
do MRPP, pois este já ocupara em 2009 a sua quota de eleitores ao apresentar-se
ao escrutínio.
Concluindo, o descontentamento
patente aquando das enormes manifestações populares traduziu-se realmente numa perda
do PSD/CDS em cerca de 15% na região de Lisboa, mas sem que isso se
traduzisse num ganho significativo das forças à sua esquerda. A distribuição
dessas perdas parece ter sido a seguinte:
+ 3 a 5% para o PS
+ 2% para o PAN
+ 2 a 3% para a direita
+ 4 a 6% para brancos e nulos
Carlos Galrão
09.out.2013
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