quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Consequências eleitorais da crise na região de Lisboa


Consequências eleitorais da crise:

PSD/CDS perdem 15% na região de Lisboa, mas apenas 5% à esquerda

O que mudou eleitoralmente em Sintra, entre 2009 e 2013, no que se refere à votação nas eleições autárquicas?

A crise que assolou o país pouco mudou a vontade eleitoral em Sintra:

- os partidos do arco governamental (PS + PSD + CDS + PPM) perdem 10% (passam de 75% para 65% do eleitorado), mas essa perda é sobretudo para os votos brancos e nulos:

+ 2% para o PAN;

+ 2% para a direita (PND + PNR);

+ 6% para brancos e nulos;

- não é clara a transferência de votos entre PS e PSD/CDS, devido às candidaturas independentes que se apresentaram;

- a votação do BE diminuiu em cerca de 2%, por transferência de votos para o MRPP, que em 2009 apenas se candidatara à Câmara Municipal.

Ou seja, o descontentamento que poderia afetar a votação nos partidos do arco governamental pouco se manifestou em Sintra, e foi para votos brancos e nulos (6%) e de partidos (+2% para o PAN, +2% para o conjunto PND e PNR) aos quais a fixação do voto não será fácil.

 

Poder-se-á dizer que a fortíssima candidatura independente de Marco Almeida terá baralhado estas contas, mas a análise da votação concelhia em Lisboa mostra a mesma tendência:

- o arco governamental (PS + PSD + CDS) perde 11% (passa de 78% para 67%), perdendo votos de forma equilibrada para todos os quadrantes:

+ 2% para a CDU

+ 2% para o PAN

+ 3% para a direita (PPM+ PPV + PND + PNR)

+ 4% para brancos e nulos

- dentro desse arco governamental, PSD/CDS perde 5% de votos para o PS, resultando para os diversos partidos os seguintes resultados líquidos:

+ 2% para a CDU (passando de 10% para 12%)

+ 3% para PS (passando de 39% para 42%)

+ 2% para o PAN

- 14% para PSD/CDS (passando de 39% para 25%)

+ 3% para a direita (PPM+ PPV + PND + PNR)

+ 4% para brancos e nulos

- aqui o BE não terá diminuído a sua percentagem em favor do MRPP, pois este já ocupara em 2009 a sua quota de eleitores ao apresentar-se ao escrutínio.

 

Concluindo, o descontentamento patente aquando das enormes manifestações populares traduziu-se realmente numa perda do PSD/CDS em cerca de 15% na região de Lisboa, mas sem que isso se traduzisse num ganho significativo das forças à sua esquerda. A distribuição dessas perdas parece ter sido a seguinte:

+ 0 a 2% para a CDU

+ 3 a 5% para o PS

+ 2% para o PAN

+ 2 a 3% para a direita

+ 4 a 6% para brancos e nulos

 

Carlos Galrão

09.out.2013

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