O filme é baseado num livro com o mesmo título, da autoria do realizador, de Luís Fazenda, Cecília Honório, Francisco Louçã e Fernando Rosas.
Retrato muito interessante e rigoroso da economia nacional do final do século XIX até à actualidade - termina exactamente com a intervenção da "troika" -, é um excelente contributo para o entendimento das "águas em que hoje navegamos".
A concentração da riqueza nacional - garantida pela protecção do Estado e pelo "cruzamento da espécie abençoada", pelos casamentos inter-famílias - em meia-dúzia de membros das elites, começou há mais um século, mas, situação inédita, continua a manter-se nos dias de hoje nos mesmos actores (a descendência, claro).
Com algumas nuances: a democracia realmente alargou a distribuição da riqueza - não, não foi aos seus produtores (continuamos a ser o país mais desigual da Europa), mas a uma nova casta, os ex-quadros da governação.
Esta é primeira frase do livro (poucas vez a primeira frase de um livro terá sido tão eficaz):
"Este livro foi escrito para compreender. E para compreender o essencial: como se formou o poder económico dos donos de Portugal?. Ou, dito por outras palavras: quem domina e como veio a dominar a economia, quem beneficia do trabalho de um país inteiro? Colocar a pergunta e responder-lhe com factos é o trabalho que este livro se propõe."
E, surpresa desvendada pelo realizador, será vendido (por 5 euros) com o jornal "Público" do próximo dia 17 de Julho.
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